INOVAÇÃO

A ciência por trás do cheiro de carro novo

Conheça os segredos para aperfeiçoar o cheiro dos carros novos da Nissan, trabalho feito pelo especialista Ino Ryunosuke


No Japão, o nariz de Ino Ryunosuke conhece a Nissan como nenhum outro. Conhecido como o Nariz da Nissan ou mestre em aromas – um tipo de mestre artesão – o especialista é responsável por testar o cheiro dos carros novos. Para que a experiência do passageiro seja literalmente um sopro de ar fresco, ele também testa os sistemas de ar-condicionado, e como os cheiros do veículo podem mudar com o tempo.

 

O veterano de 20 anos trabalha no Centro Tecnológico da Nissan no Japão como especialista técnico no departamento de Qualidade do Ar no Interior do Veículo, liderando uma equipe responsável por analisar e autorizar os materiais que são utilizados nos veículos da Nissan.

"O olfato é um fator importante na experiência de conforto interno e a Nissan é muito exigente em relação a isso", afirma o especialista. "Normalmente, os passageiros sentem o cheiro daquilo que está mais próximo do local onde estão sentados no carro, por isso é importante que a experiência seja a mesma em todos os assentos".

 

Pesquisas indicam que nosso senso de olfato é surpreendentemente forte, podendo reconhecer milhares de cheiros diferentes. Os cheiros percorrem o sistema nervoso olfativo do corpo até os centros cerebrais responsáveis pela memória e as emoções, tais como o córtex orbitofrontal, a amígdala cerebelar e o hipocampo. É por isso que o cheiro de um carro pode provocar fortes lembranças.

Alguns estudos têm demonstrado que os humanos confiam mais na visão, mas a capacidade de perceber uma infinidade de cheiros também pode deixar uma impressão duradoura. Para o especialista Ino, não se trata apenas do papel decisivo da primeira impressão, mas como percebemos os cheiros dentro da cabine durante o todo o percurso.

"Em primeiro lugar, eu tento identificar de onde vem o cheiro", diz Ino. "Tento localizá-lo e fazer uma avaliação do ponto de vista dos usuários do veículo, como ao abrir o porta-luvas ou usando o espelho do para-sol. Para isso, posiciono meu tronco e cabeça como os clientes fariam, para ter uma impressão mais fiel".

 

Durante o processo de avaliação dos compostos orgânicos voláteis (COV) presentes na cabine, que normalmente leva mais de três dias, Ino e sua equipe de especialistas olfativos cheiram os encostos de cabeça, painel frontal, espelhos, porta-luvas, para-sol, teto, porta-copos, carpete e quaisquer outros componentes cujos odores possam ser mensuráveis.

Normalmente, são necessários de três a cinco minutos para fazer uma avaliação adequada antes que o nariz se acostume ao cheiro do interior da cabine. Se houver algum desvio em relação aos padrões estabelecidos, os testes são refeitos para verificar as causas e tomar as ações corretivas.

Mesmo sendo feitos dos mesmos materiais, os bancos são avaliados individualmente, pois podem ser produzidos por fornecedores diferentes, por meio de seus próprios processos de produção. O objetivo de Ino e sua equipe é assegurar que todos os ocupantes possam desfrutar da mesma atmosfera agradável da cabine, por isso o trabalho se estende até os fornecedores de autopeças que produzem tecidos, colas adesivas e polímeros utilizados nos veículos Nissan. A circulação do ar e a exposição à luz solar têm uma influência determinante nos odores sentidos no veículo, por isso a equipe utiliza uma sala de testes hermética, com controle de umidade e calor e um sistema de iluminação que simula uma exposição intensa à luz solar.

"Levamos em consideração várias condições a que os carros são submetidos, como uma temperatura ambiente moderada a alta, que podem potencializar os cheiros", diz Ino. Depois de realizar os testes, Ino faz uma pausa para recalibrar o corpo e recuperar totalmente sua sensibilidade olfativa. Cada um na equipe tem sua própria forma de fazer um reset.

"Alguns especialistas têm sua própria maneira de recuperar a capacidade olfativa total, como cheirar grãos de café. No meu caso, faço isso cheirando o meu braço próximo ao cotovelo. Este odor familiar me prepara para detectar novos cheiros".

O uniforme usado pelo Ino não é lavado com detergente, para assegurar que suas impressões olfativas sejam claras e livres de influências.

Nascido em Yokohama, ele já se interessava por cheiros desde a infância, mas adquiriu este nível de capacitação olfativa cheirando os temperos e outros aromas de lojas, incluindo seu lanche favorito, os pãezinhos recheados com carne conhecidos como bao ou nikuman. "Desde muito jovem eu já conseguia sentir vários cheiros e acabava cheirando tudo que chegava às minhas mãos", diz Ino. "Fui aprendendo a diferenciar os aromas e o cheiro destes pãezinhos pode variar conforme a loja".

Os testes em campo que Ino fez quando era mais jovem tornaram seu olfato mais apurado, uma característica que ele usa hoje em seu dia a dia no trabalho, mas ele enfatiza que ainda precisam ser tomados alguns cuidados.

"Um dia antes dos testes eu tento não comer pratos que contenham alho ou outros alimentos com cheiros mais fortes."

Os odores preferidos pelos consumidores variam conforme a região. Por isso, na Nissan outras equipes realizam testes semelhantes na América do Norte e na Europa.

Peter Karl Eastland, Engenheiro-Líder de Avaliação Olfativa
no Centro Tecnológico da Nissan Europa (Reino Unido)

Tori Keerl, Engenheira de Materiais
no Centro Tecnológico da Nissan América do Norte

 

"Como mestre global em aromas, sou o principal responsável pelo desenvolvimento dos padrões olfativos na Nissan", explica Ino. "Entretanto, existem pequenas diferenças em cada região em relação aos feedbacks dos clientes, por isso os mestres locais tomam a decisão final para seus respectivos mercados".

Ino diz que os especialistas da sua equipe no Japão precisam ser aprovados em testes que incluem desde diferenciar aromas como caramelo ou hastes de flores até diferenças sutis nos materiais internos dos veículos. A Nissan oferece treinamento para aperfeiçoar as técnicas olfativas da equipe.

 

Ao perguntar a ele como é ter uma capacidade olfativa tão potente quanto a dos cães que farejam contrabando em aeroportos ou os porcos que ajudam a encontrar trufas enterradas em florestas, Ino solta uma risada. Apesar de seu trabalho exigir ter um nariz especial, ele acredita que o que ele faz é apenas uma extensão de sua paixão.

"Sou muito exigente em relação ao olfato, por isso meu foco continuará sendo aperfeiçoar os cheiros dos carros da Nissan."

Ino Ryunosuke é conhecido como o Nariz da Nissan ou mestre em aromas, devido ao trabalho que o especialista técnico realiza no Departamento de Qualidade do Ar Interno do Veículo na Nissan.

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